Hinduismo & Imortalidade
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Quais os caminhos que o hinduismo nos oferece?

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08/04/05
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Emerson

Quais os caminhos que o hinduismo nos oferece?

um amigo nosso aqui da comunidade me mandou uma mensagem com as seguintes perguntas, nao vou mencionar o nome dele aqui pois nao pedi permissao para postar isso aqui , estou colocando por que temos muitas coisas uteis para todos nós neste seu questionamento.

pergunta:

Gostaria, se possível, que você tirasse uma dúvida minha, já de muito tempo, e que foi levantada por uma outra pessoa numa outra comunidade... Sou discípulo de Swami( não vou dizer o nome do guru aqui por uma questao de respeito ) e ele, numa de suas aulas em que aborda os Yoga Sutra de Patañjali, falou que Os Sutras de Patañjali são para vedantins, pois o Samaadhi Paada é Vedanta Puro e, que Saadhana Paada é o capítulo no qual maiores problemas podem surgir, porque é a parte prática dos Sutras, sobre o qual, as traduções feitas vão mais profundamente no Samkhya e são muito confusas. Bom, a minha dúvida é: Na medida em que o Vedanta prega Buddhi, o intelecto, como sendo o instrumento através do qual se chega à meta final, e prega tb que o Yoga é a preparação da mente para receber o conhecimento de MOKSHA, como fica a questão de Patañjali colocar os dois princípios absolutos e eternos Purusha e Prakritti como sendo diferentes, sendo que o Vedanta vai nos dizer que CIT, a CONSCIÊNCIA que é SAT, e ANANDA, existente independentemente
independente de tudo no universo, e plena, que a tudo abarca e permeia... como fica essa questão de o Vedanta considerar o YOGA como preparação, para o discernimento entre o que é Ábsoluto e o que é relativo? Viiichhh, Será que fui claro??? rsrs
08/04/05
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Emerson

algumas respostas

====
bem amigo, o primeiro problema aqui seria discordar de seu guru não?
primeiro me diga se ele é vedantista ou raja yogue ou que linha ele segue, ele é daqueles que nao se preocupam com a saude como os vedantistas costumam ser?
os vedantistas as vezes tem um pouco de preconceito em relaçao à filosofia yoga em geral!
na verdade Ramakrishna-vivekananda já esclareceram estas confusoes ja no seculo 19:

nao existe compartimentaçao no hinduismo, isso quer dizer que nao se pratica só yoga e se ignora vedanta ou um devoto ( bhakta ) jamais discrimina entre o irreal e o real ( um ato pertencente ao gnana yoga ou caminho do conhecimento! ).

assim com o advento de Ramakrishna-vivekanada ficou mais claro quando eles classificaram o hinduismo em 4 caminhos básicos :

Karma Yoga, caminho da ação abnegada ( fazer o bem )
Bhakti yoga, caminho da devoção a um aspecto de Deus ( as religiões comuns estão incluidas aqui )
raja yoga, caminho da meditaçao e autocontrole científicos
gnana yoga, caminho do discernimento ou a parte filosófica e mais intelectual ( aqui entra a vedanta )

eles ainda foram mais longe, afirmaram que voce deveria praticar os 4 ao mesmo tempo, isto uniria todas as religioes como perolas em um unico colar!
assim voce pratica karma yoga por que tem de agir no dia a dia!
pratica bhakti por que alguma admiraçao voce tem de ter nem que seja por seu simples guru ( se nao cre em Deus pessoal )!
08/04/05
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Emerson

pratica raja yoga quando senta para meditar ou fazer japam! ou quando cuida da saude fisica e mental!
pratica gnana yoga quando descobre que esta vida nao é real e voce quer algo melhor , assim analisa as coisas e usa a mente para sempre se manter no caminho reto!

purusha e prakriti estao separados em graduaçao de consciencia e nao em excencia, ambos no fundo são o único brahmam, mas a separaçao devido à maya é realmente eterna mas não real

sat-chit-ananda só existe em brahmam, voce só atinge este estado no absoluto, nunca enquanto tem a mente neste nosso mundo de maya!

sat-chit-ananda pode permear tudo mas as coisas do mundo relativo nao estao nela nem a tem em sua totalidade:
as coisas existem (sat ) relativas as outras coisas , elas tem alguma consciencia ( chit ) mas bem pouca, e são felizes relativamente ( e de vez em quando )

é isso que Krishna quiz dizer no guita quando disse "eu estou em voce mas voce nao esta em mim"


o sistema yoga pode ajudar o ser humano para discernir entre o relativo e absoluto mas é um sitema dificil se praticado sozinho e sem ajuda dos outros caminhos citados acima, para isso voce tera de ter um guru verdadeiro neste sistema, e só vai encontrar isso na india, vai ter de fazer todas as observancias , entre elas a castidade ( total ) que sei é quase impossivel para a maioria das pessoas!
08/04/05
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Emerson

o ser humano é muito fragil nesta kali yuga assim fica dificil praticar o verdadeiro yoga ou Raja Yoga, nós dependemos de comida e outras coisas que no Satya yuga quando se praticava o verdadeiro yoga não eram tao necessarios,

e nossa vida é muito curta para ficar as decadas necessarias para tal finalidade, diz-se que no primeiro yuga a vida era de milhares de anos para nós!


explique-me de forma diferente suas duvidas se ficou lacuna na minha resposta ok?
11/04/05
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Anônimo

Olá Emerson!
Agradeço imensamente sua atenção!
Bom, de fato, Srii Pujya Swami Dayananda é um GURU de Vedanta, muito respeitado, não só na India, mas também no mundo todo, onde quer que haja algum interesse pelo hinduismo e, especificamente, pelo Vedanta. Não saberia te dizer se ele é um vedantista que não cuide da própria saúde, uma vez que é um homem de, mais de 70 anos, e consegue ficar sentado em postura de lótus por mais de 1 hora, ensinando Vedanta. Por ser indiano, é bem provável que tenha práticado yoga alguma vez... Já estive em Rishikesh estudando vedanta com ele, e, de fato, há mesmo um certo pré-conceito sim, não com o Yoga em si, nem como sistema, nem como somente prática psico-física, mas, de certa forma, com "praticantes de Yoga", a forma como se comportam, etc... (mas nem vem muito ao caso aqui)

Os gurus de Vedanta, conheço alguns, todos discípulos de Srii Pujya Swamiji mesmo, dizem que, na realidade há dois caminhos apenas para Moksha: Jñaana e Karma. Em nenhum deles se exclui Bhakti, nem Raaja, no sentido de que meditação e devoção, estão intimamente ligadas, pois é dito que a verdadeira meditação traz consigo a devoção ao Supremo Ishvara sob a forma de um ishta devataa. No Jñaana, que é Vedanta, ambas estão incluídas, assim como no Karma Yoga. Com a diferença de que Karma Yoga serve como preparação da mente para o recebimento do Conhecimento da nossa real natureza.

Não entendi o que vc quis dizer com: "purusha e prakritti estarem separados em 'graus de consciência'".
Entendi sim, quando vc diz que ambos são o único e o mesmo Brahman, mas não é o que o Samkhya nos diz.
continua....
11/04/05
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Anônimo

continua...

Segundo Swami Dayanandaji, Satcidaananda não é um estado, como vc diz. É a nossa real natureza, pois somos CONSCIÊNCIA, "CIT" que, por ser sem forma, permeia e abarca tudo. Portanto, existe independentemente de tudo o que há no universo (ou "mundo relativo", como vc diz) - isso é "SAT" - EXISTÊNCIA INDEPENDENTE. Tudo o que existe, o mundo, as coisas são "MITHYAA", isto é, dependem da CONSCIÊNCIA para existir. Assim CIT, aquilo que somos, por ser sem forma, é ilimitada, permeando e contendo tudo, portanto é "ANANDA" - "PLENITUDE". Dayanandaji diz que ANANDA não é "BLISS", ou seja, NÃO É Bem-Aventurança, porque isso sim é um estado, ema experiência, ao passo que PLENITUDE, não é uma experiência é condição, é a natureza imutável do SER.
Assim, não é algo que precisa "ser atingido", ainda que mentalmente. Mas é algo que precisa ser COMPREENDIDO, como sendo a nossa natureza real. Isto é, se necessita compreender um fato JÁ CONSUMADO.
Muito frutífera nossa conversa!
Um abraço, amigo!
Rodrigo
11/04/05
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Emerson

Sat-Chit-Ananda é a real natureza de brahmam, é um estado no sentido de que é seu real estado de ser, se voce compreender maya ou sai de seus domínios voce estará em brahmam ou sua natureza real, brahmam tambem pode ser citado como o quarto estado ou turya ( desperto totalmente ), de acordo coma vedanta os outros tres estados são: vigilia ( ou quando estamos acordados no nosso mundo presente ), sonho, e sono profundo!

quando voce dis que chit permeia tudo entendo que está dizendo que a consciencia esta em tudo no universo, isto é verdade sobre o ponto de vista de brahmam por que na verdade o grau de consciencia des da pedra até o avatar tem diferentes graus de manifestação, ela é muito menos manifesta na pedra, dizer que é sem forma talvez seja uma maneira didática de seu guru ensinar vedanta, por que é um pouco redundante falar assim, ela permeia tudo claro mas mas nem todos a possuem com plenitude, isso é o que krishna quis dizer com
---"eu estou em voce mas voce nao esta em mim"!

quer dizer temos sat-chit-ananda em nossa real natureza mais ainda nao estamos nela!
11/04/05
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Emerson

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brahmam de acordo com Shri Ramakrishna é a única coisa que não pôde ser poluida pela boca do homem pois ele está além das palavras e pensamentos!

assim a única coisa que podemos dizer dele é que ele é existência, consciencia ( alguns traduzem como conhecimento ) e felicidade absoluta.

quando voce está em brahmam o que pode ser dito de voce é que :

voce existe,

tem consciencia deste fato

e é feliz absolutamente ( quer dizer nao depende de nada fora de voce para ser feliz )! a palavra plenitude pode bem significar os 3 e nao somente um!


por que não podemos dizer que Bem-Aventurança é a natureza imutável do SER?
a felicidade que temos neste nosso mundo é uma partícula do que temos no nosso ser real, na verdade é uma imitação barata da felicidade do Ser!
plenitude tambem é uma palavra relativa pois quem é pleno é pleno em relação ao que não é.

se voce se refere a uma "experiência" como uma novidade está claro que brahmam não é uma experiência, mas se nos referimos a algo que experimentaremos, ou seremos, "eternamente", falamos em termos de passivel de ser sentido ou de ser.

todos os vedantistas sabem que brahmam nao é algo a ser atingido mas temos de falar assim a titulo de didática, senao o melhor seria ficar calado !
mesmo a palavra "compreendido" ainda não se encaixa bem no termo realizar brahmam!
11/04/05
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Emerson

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karma yoga é citado pela neo-vedanta como um dos 4 caminhos para a auto-realização mas Vivekananda um de seus compiladores e o proprio Ramakrishna afirmam que karma nao pode lhe dar a realização,

apenas lhe diminui um pouco o egoismo,

já se voce traduz karma apenas como ação daí é diferente pois tudo que fazemos é karma, até meditar, mas se se referia a karma e gnana como realmente sendo os unicos usados isto é o ponto de vista de vedantistas limitados ao seu sistema de filosofia e nao tendo realizados os outros!

como fez ramakrishna que praticou todos e assim tinha real autoridade para opinar!
11/04/05
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Emerson

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é um erro crer que a verdadeira meditação traz devoçaõ ao Ishvara ou supremo Deus dos universos,

vemos isso na vida de de tota puri o guru de Ramakrishna que ja havia realizado brahmam mas se mantinha não-dualista e nao acreditava em nenhuma teoria de Deus pessoal, cantar os nomes de Deus para ele éra apenas bincadeira de crianças imaturas!

Ramakrishna e Kali o fizeram compreender que voce nao passa de maya para brahmam sem receber a autorização da Mãe do universo, ele mesmo tentou deixar o corpo voluntariamente entrando em maha-samadhi mas não conseguiu!

dizer que tota puri nao tinha a meditação correta seria um grande erro !ele era o homem de maior realização depois de Ramakrishna e vivekananda naquela época!

mas nao adquiriu com isso devoção ao Ishvara!

o ponto de vista que voce coloca é o dos vedantistas antigos e unilaterais!

=====

purusha e prakriti estao separados em grau de consciencia porque purusha tem consciencia plena e prakriti só é consciente graças a consciencia de purusha projetado sobre ele ( prakiti ).

teoricamente o grau de consciencia de prakriti seria zero.

a filosofia sankhya foi uma das primeiras que o ser humano compilou , por iso ela contem limitaçoes e erros que foram sendo corrigidas com o passar do tempo e hoje chegamos ao que podemos chamar o ápice com o neo-vedanta!
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11/04/05
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Anônimo

Olá Emerson,
Por estarmos ligados a “linhas diferentes de pensamento”, ainda que estejamos falando de Vedanta, percebo que estamos em desacordo em muitos pontos, não? Nunca ouvi falar deste termo “neo-Vedanta”. Você está usando para falar do Vedanta de Ramakrishna e de Swami Vivekaananda? Me parece ser uma visão mais influenciada pelo Yoga, não?
Swami Dayaananda diz que satcidaananda não é um estado, porque, assim como uma experiência qualquer, um estado é sempre limitado pelo tempo, isto é, começa e sempre termina, não é algo constante, ininterrupto. Assim Satcidaananda é a natureza imutável do SER.
Quando se fala em “estados”, que são limitados no tempo (o tempo é mais um conceito que está NA CONSCIÊNCIA), fala-se de algo referente ao ser humano: estado de vigília(jagradavasthaa); de sonho svapnaavasthaa) e de sono profundo (sushuptiavasthaa). A natureza do SER, isto é Satcidaananda, embora haja muitos comentários a respeito disso, muitos livros, etc, Swamiji diz que, na verdade, não é um 4º estado, ao que chamamos de TURIYA, porque SATCIDAANANDA, como falei, não é um estado, porque não é escravizado pelo tempo, mas, é a NATUREZA do SER que permeia todos os três estados supra-citados, vigília, sonho e sono.

Quando digo que a CONSCIÊNCIA permeia tudo e contém tudo, isto é, tudo está NA CONSCIÊNCIA, porque é ilimitada POR NÃO TER FORMA. Obviamente que a pedra “não fala”, não manifesta características humanas, não “pensa”, etc, mas a mesma e única, ilimitada CONSCIÊNCIA se manifesta tanto na pedra, quanto em nossas mentes e nossos corpos. Não podemos esquecer dos níveis atômicos e sub-atômicos da constituição do universo. As partículas de energias se movimentam no universo, de acordo com essa “inteligência” maior, CONSCIÊNCIA.
Devo entender que, quando você usa a frase “estar em Brahman” signifique que está querendo dizer “estar ciente, consciente, compreendendo a NOSSA REAL NATUREZA que nada mais é que o próprio BRAHMAN, o substrato, que é a COSNCIÊNCIA, que não difere de AATMAA,(...)
11/04/05
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Anônimo

(...)apenas em relação ao ponto de referência, mas não em termos de essência. Daí entendermos a frase de Srii Krishna.
De fato, todas as palavras são “relativas”. A idéia é usar as palavras de um modo que não nos condicionem ainda mais. Quando dizemos “plenitude”, estamos querendo estabelecer a idéia de permanência, de algo que não esteja condicionado pelo espaço e pelo tempo, isto é, esteja além disso. Portanto, plenitude não pode ser uma experiência, porque a experiência denota algo que é limitado no espaço e no tempo. Daí ser a NATUREZA REAL DO SER, BRAHMAN, nós mesmos. Aquilo que JÁ SOMOS. Não é algo que “seremos”. Já é um fato consumado, só não sabemos disso totalmente, devido a todos os nossos condicionamentos, padrões de pensamento e de crenças, devido à IGNORÂNCIA DE NÓS MESMOS, aquilo a que vc chama MAAYAA, “o poder divino”.
Não penso que seja didático falar que “BRAHMAN DEVE SER ATINGIDO”, porque isso só reforça o nosso sentimento de pequenês, de inadequação, de limitação, e que “devemos nos esforçar para atingir” Brahaman (isto é influência SAMKHYA samkhya), ao passo que as escrituras nos dizem “TAT TVAM ASI”, que já somos o ilimitado, que já somos BRAHMAN! Um fato que já é consumado e não está sendo, de fato, vivido conscientemente, precisa apenas ser “cognizado”, compreendido.
Indo à questão do Karma Yoga, de fato, concordo que Karma, por si só não vai dar a COMPREENSÃO (prefiro esta palavra do que “realização”), pois Karma Yoga não é um meio cognitivo, não é um pramaana. Karma Yoga realmente vai somente ajudar na PREPARAÇÂO da mente, no sentido de acalmá-la, torná-la um instrumento capaz de receber o conhecimento, sem distorcer os fatos da vida. Karma não é somente ação, mas também, resultado de ação. Karma Yoga é uma atitude nascida da compreensão de que tudo aquilo que fazemos gera resultados e os resultados não podemos controlar (Srii Krishna diz isso na Bhagavad Giitaa), só podemos controlar as nossas ações. Assim, os resultados são dados por Ishvara (Ishvara é karmaphaladataa).
11/04/05
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Anônimo

Tendo esta compreensão, nossa mente torna-se apta a não distorcer os fatos, temos maiores condições de aceitar as situações da vida, sem resistência, sem reações impulsivas que gerem mais sofrimentos. Assim, a mente se acalma, também pela meditação. Meditação não é Karma Yoga, mas Kriya Yoga, segundo Patañjali, pois também é TAPAS. (ver SAADHANA PAADA). Kryia Yoga inclui Karma Yoga, pois é YAMA, NIYAMA, etc...
Não quis dizer que Meditação traz a devoção, no sentido de que “leva à” devoção. Pelo contrário, quis dizer que a Meditação, no sentido de que, para compreendermos a realidade, seja importante como ‘Niddidhyaasanam’, contemplar o ILIMITADO, após receber o conhecimento, e isso já “traz em si”, a própria devoção. A devoção é o papel fundamental que está presente em todas as outras funções realizadas durante a vida, o reconhecimento de que há uma INTELIGÊNCIA que manifesta a tudo, inclusive nossos corpos e mentes, instrumentos para o auto-conhecimento.
Um outro ponto que discordo de você, é o de que “purusha tem a consciência plena”. Não, PURUSHA “É” a própria CONSCIÊNCIA PLENA. Penso que, segundo o Vedanta, prakritti dependa de Purusha para existir, isto é, PURUSHA é SAT e prakritti é MITHYAA, não tem existência independente de PURUSHA. Não sei se dá também para dizer que o grau de consciência de prakritti seja zero, porque, como falei, não podemos desconsiderar o movimento atômico e sub-atômico, governados pela INTELIGÊNCIA que tudo manifesta, isto é, a CONSCIÊNCIA. Afinal, átomos e partículas formam seus agrupamentos por afinidades, vibram, têm vida... senão, o que seria de nossos corpos, por exemplo?
11/04/05
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Marceli

Continuem falando...

Está muito proveitoso, mesmo. Emerson, eu também usei os dois textos que você colocou aqui sobre Vedanta... Vou apresentar uma síntese desse "sistema filosófico" numa aula de filosofia. Quando fui procurar material pra me situar quanto à origem e ao conteúdo em si, fiquei meio perdida... Sobre esses caminhos dos quais vocês estão falando, sobre os tipos de yoga e os próprios textos vedas... Os sutras... Inclusive os vários nomes em sânscrito me deixaram meio confusa.
Vocês estão clareando isso aí, e importa, importa mesmo, pra que a maneira oriental de viver e ver seja respeitada num mesmo patamar que a ocidental.
Beijos grandes,
Beijo Rodrigo ;-) (Passou lá no meu scrap, nem fui te visitar ainda...)
Marceli
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